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    (2x03) Capítulo 7 - O Pergaminho do Tempo

    Hugo
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    Mensagem por Hugo Ter 22 Dez 2009, 10:13

    Tomb Raider: A Herança dos Sacerdotes
    Escrito por Richard Bentham


    Parte 2 – "The Land Down Under"


    Capítulo 7 - O Pergaminho do Tempo

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    A passagem aberta por Lara ficava no jardim, abaixo de uma fonte, e era uma espécie de alçapão. Havia uma escada de metal que levava ao fundo do buraco. Lara desceu-a. Já deviam passar das cinco da manhã, porém não havia sinal do Sol, já que a tempestade continuava a cair fortemente. Lara chegou ao fundo do buraco e, como era de se esperar, era bem escuro lá. Ela acendeu sua PLS.
    - Hora de explorar – disse, com os olhos brilhando.
    A rede de túneis subterrâneos de pedra era perigosa, e formava um labirinto; Lara pegou-se passando pelo mesmo lugar mais de uma vez. Muitas passagens estavam bloqueadas, e outras iam desmoronando conforme Lara passava.
    - Como você vai chegar onde quer? Aliás, onde quer chegar? Perguntou Zip, após meia hora de plataformas, acrobacias e escaladas perigosas.
    - Estou procurando por algo importante: um altar, um túmulo, algo do gênero. Pode ter certeza, Zip, que se isso existe, é com alguma finalidade. E, por favor, permaneça calado se não tiver nada realmente importante para falar.
    Lara desceu mais um túnel apertado e chegou numa espécie de gruta circular; Na parede oposta, havia outros caminhos para a gruta onde Lara havia chegado, como se os vários túneis, de uma maneira ou de outra, dessem no mesmo lugar. O problema, porém, era que Lara estava no topo desse lugar, e que ela não conseguia ver o quão fundo era. Teria que descer cuidadosamente. Ela acendeu um flare e jogou-o. A gruta era bem alta, cerca de vinte metros. Lara, prendendo seu gancho em pedras seguras, começou a descer.
    - Eu tenho algo importante para falar, Lara – disse Alister.
    - Pode dizer – disse Lara, ofegando com a descida, mas ao mesmo tempo animada. Mesmo segura com o gancho, ela, por precaução, descia agarrando-se firmemente nas pedras pontiagudas.
    - Analisei os papéis que você me enviou. Um deles continha anotado o nome e telefone de Rutland. Balzary falou a verdade, foi Rutland que mandou-o ir atrás de você. Só me pergunto como Rutland sabia onde você estaria...
    - Também me pergunto – disse Lara pensativa, ainda descendo – Zip, quero que rastreie Rutland. Quero saber onde aquele rato se esconde.
    - Pode deixar Lara.
    - E Lara – continuou Alister – muitos papéis estão numa língua cuneiforme que desconheço, assim como alguns símbolos nos mapas. Mas tem um símbolo que sempre aparece em quase todos os mapas, o mesmo que apareceu naquelas placas de ouro na parede no Egito. Parece uma estrela e uma Lua, algo do gênero. Acredito que seja uma representação do Pergaminho do Tempo. Os mapas estão muito danificados, não dá para saber ao que se referem. Eu os enviei ao seu PDA. Há também algumas traduções: elas contam a história de um reino na Austrália, na mesma época citada nas anotações do seu pai. O reino não é aborígene, nem inglês. As últimas traduções dizem que após o pergaminho ter sido escondido, o reino entrou em decadência. Provavelmente logo desapareceram, e pelo jeito sem deixar vestígios.
    - Nada desaparece sem deixar vestígio – disse Lara, deixando a leve sombra de um sorriso passar pelo seu rosto – Mas ótimo, muito bom trabalho. Quero que mande as informações históricas úteis ao Professor Eddington. Se dessa vez o mundo acabar, pelo menos vai acabar com menos pedaços da História faltando.
    - OK, vou cuidar disso agora.
    Lara finalmente chegou ao fundo da gruta. As paredes de pedra estavam repletas de escrituras e desenhos. Pareciam ilustrar o reino que acabara de ser descrito por Alister, e em uma das paredes estava gravado o Pergaminho do Tempo com as mesmas escrituras e com o mesmo estranho símbolo vistos no Egito. No centro da sala, havia um túmulo de pedra.
    Após analisar cada metro quadrado da sala, Lara finalmente disse:
    - É só uma réplica.
    - É o que? Perguntou Zip, surpreso.
    - Isso tudo. É só uma réplica.
    - Como sabe?
    Lara, com um grande esforço, abriu o túmulo. Estava vazio.
    - Balzary desgraç...! disse Zip, mas Lara o interrompeu.
    - Espere.
    Lara observou o fundo do túmulo. Havia traços, fendas na pedra. Como pedaços de um desenho mal apagado. Lara analisou bem os traços e pensou um pouco. Depois pegou seu PDA e analisou os mapas enviados por Alister. Pensou mais um pouco.
    - Zip... consegue ver claramente o fundo do túmulo?
    - Só aumentar um pouco o brilho e... sim, consigo ver bem, Lara.
    - Ótimo. Capture essa imagem e tente combinar com os mapas que Alister enviou para meu PDA.
    Minutos depois, Zip disse perplexo:
    - Formou um mapa completo, Lara!
    Lara sorriu.
    - Envie para meu PDA.
    Lara observou o mapa. Já tinha visto mapas parecidos em algumas bibliotecas. Se sua memória não a enganava, era um mapa bem arcaico de algum lugar no litoral sul da Austrália.
    - Eu aposto que esse mapa aponta para onde está a verdadeira tumba do sacerdote australiano. Zip, cheque onde é essa área atualmente, use mapas similares mais atuais.
    - Checando Lara... hum... é a Tasmânia Lara, a ilhazinha no sul da Austrália. O mapa aponta para cavernas no litoral de lá.
    - Agora já temos onde procurar. Consiga as coordenadas exatas do lugar, envie-as para Contanza, o piloto do jatinho.
    - Como é que você vai sair dessa gruta, Lara?
    Lara olhou ao redor.
    - Pelo jeito, vou ter que fazer o meu caminho.
    Usando as suas habilidades, o gancho e alguns elementos do ambiente, Lara conseguiu alcançar um túnel que parecia oferecer um caminho mais seguro de volta. Cerca de meia hora depois, ela chegou à escada de metal e voltou ao jardim da mansão do já falecido Balzary. Amanhecera. Estava bem frio e a tempestade havia parado. A polícia chegara na mansão. Furtivamente, para não ser vista pelos policiais, Lara pegou uma moto estacionada no jardim de Balzary e, descobrindo rapidamente em qual lugar de Canberra estava, seguiu de volta para seu jatinho particular.

    Em menos de uma hora, Lara chegou às cavernas na costa da Tasmânia. O dia já tinha chegado completamente agora, e estava lindo.
    - Que paisagem fantástica! Disse Lara, enquanto escalava as pedras do litoral para chegar às cavernas que precisava.
    - É... – disse Zip – Incríveis as notícias que eu vi também.
    - Que notícias?
    Zip pediu para Lara esperar. Momentos depois começou a ler:
    - “As mortes no globo pela doença misteriosa somam mais de oitocentas pessoas. Os prejuízos já passam da casa do milhão. O clima instável piora no Egito e no México, e começa a afetar países vizinhos também...”. Ainda tem mais um monte de desgraça aqui... Lara, certeza que vai tirar esse pergaminho do lugar?
    - Assim que eu conseguir essa parte, pegarei as três restantes e destruirei, para que não haja mais caos.
    - Não é mais fácil pegar as duas partes de Rutland e colocá-las no lugar?
    - Há artefatos que são perigosos demais sequer para existir, Zip.
    Lara chegou na entrada da caverna que queria chegar. Os mapas apontavam a localização da caverna, mas não a localização do pergaminho dentro da caverna, assim como no subterrâneo da mansão de Balzary. Por isso, teria que seguir “às cegas”.
    - Lá vamos nós novamente... – disse Lara – ...Lá vamos nós explorar.
    A entrada estava na parte alta da caverna. Dali, dava para se ver uma descida, um túnel. Lara poderia deslizar por ele, mas seria perigoso. Optou por descer aquela espécie de rampa com cuidado, e fez a coisa certa: ao final do túnel, estava no topo de uma gruta ainda mais alta e mais larga do que a do subterrâneo da mansão. O teto tinha uma abertura por onde entrava luz, e era cheio de estalactites. Lara observou-as.
    - “Eu nunca sei, disse Harry, qual é a diferença entre uma estalagmite e uma estalactite” – citou Zip.
    - Por isso ele foi chamado para uma escola de bruxos – comentou Lara – Era burro demais para continuar na normal.
    - Ei, Harry Potter era burro, mas acho uma história e tanto. E mais, mesmo ele sendo burro, ele derrotou o...
    - Zip, não me importo. Harry Potter é uma das piores histórias que ousei ler.
    - Concordo Lara – disse Alister – Perda total de tempo.
    - O que, vocês estão loucos? perguntou Zip incrédulo – No quinto livro...
    - Ok, já chega, estou em uma missão. Depois decidimos quais livros do Harry Potter queimar, certo? Silêncio agora, por favor – disse Lara, encerrando o assunto e tomando de volta a concentração.
    Lara prendeu seu gancho em uma pedra e decidiu que faria uma descida parecida com a que fizera na mansão de Balzary. Porém, dessa vez, era muito mais arriscado: a caverna era mais alta e as pedras pareciam menos firmes.
    - Para que se segurar nas pedras... começou Zip, porém na mesma hora a pedra onde o gancho de Lara estava preso se soltou, fazendo com que Lara quase caísse.
    - Porque não se confia na natureza, Zip. Ela sempre vai querer te derrubar – disse Lara – E quase sempre consegue. Agora silêncio, por favor.
    Apenas usando as pedras como apoio, Lara lentamente chegou ao fundo da gruta. Dessa vez, porém, não havia um túmulo no meio, e sim uma espécie de piscina. As paredes continham as mesmas escrituras da gruta abaixo da mansão de Balzary. Havia também, nas paredes, várias tochas apagadas, e uma espécie de trilho ao redor da piscina.
    - Parece que vou ter que dar um mergulho.
    Lara tomou fôlego e mergulhou. Abaixo da superfície, havia um túnel, pelo qual era possível ver a outra extremidade, com a saída. Porém, quando Lara nadou por esse túnel, as paredes de pedra começaram a se fechar.
    “Droga”, pensou Lara, e se apressou para chegar ao outro lado. Chegou bem a tempo. Saiu pela pequena piscina e entrou na câmara. Era bem ampla, e tinha uma estrutura parecida com a egípcia.
    - Incrível! Disse Lara, acendendo seu PLS.
    No centro, havia um túmulo de prata. Não havia nada inscrito nele. Por outro lado, as paredes estavam repletas de escrituras, ora na língua desconhecida dos mapas, ora em hieróglifos egípcios.
    - O que é isso...? perguntou Lara, chegando em uma parede que contava, em egípcio, uma história que Lara não vira anteriormente em nenhuma das tumbas relacionadas ao Pergaminho do Tempo. Após alguns minutos, Lara exclamou:
    - É a história da criação e separação do Pergaminho do Tempo!
    E então começou a ler: “Hórus ficou furioso. O plano de Seth para tomar o seu lugar estava dando certo: ele havia conseguido o controle de quatro poderosos monarcas. Os cultos aos outros deuses pararam, e Seth, com o poder do Pergaminho do Tempo, controlava reis e reinos, planejando conspirar contra os outros deuses. Hórus, como Deus dos homens, não permitiria isso: confeccionou a única arma efetiva contra Seth e seu pergaminho – a Adaga de Hórus, dada numa caixa de ouro aos quatro sacerdotes escolhidos. Com a adaga, os sacerdotes derrotaram os monarcas e sacrificaram-se pelo pergaminho, restabelecendo a ordem. Os planos de Seth falharam e ele foi aprisionado no Egito, pelo próprio Hórus, utilizando-se do seu Amuleto de Hórus.”
    Lara estremeceu. Não só tinha liberado Seth e o aprisionado novamente, como teve um repentino lampejo de memória – de que lugar no espaço ou tempo ela não sabia. Mas aquela memória lhe dera a sensação de absoluta certeza de que ela já utilizara, de alguma maneira, a Adaga de Hórus. De uma hora para a outra, Lara não sabia como, ela conhecia esse artefato, e o tinha perfeitamente estampado em sua mente. Essa era a única arma que podia contra o pergaminho e, Lara sabia, agora estava perdida.
    - Que irada a história – disse Zip, quebrando o raciocínio de Lara.
    - OK rapazes, temos que abrir esse túmulo, e dar o fora daqui - disse Lara com urgência.
    Lara tentou forçar o túmulo. Não deu certo. Voltou a examinar as paredes. Havia algo sobre sacrifício de sangue, e outros símbolos familiares. Durante algum tempo, Lara pensou. Consultou os mapas no seu PDA. De repente, teve uma ideia – tirou uma faca da mochila, fez um corte no dedo. Checou os símbolos do mapa no PDA, e desenhou-os sobre o túmulo de prata. O túmulo se abriu.
    - Você é demais, Lara – disse Alister.
    - Obrigada – disse Lara, aproximando-se do túmulo.
    Apreensiva, Lara olhou dentro do túmulo. Lá estava o estava o esqueleto do sacerdote australiano, com ornamentos de ouro e prata. E, entre os braços cruzados em xis sobre o tórax, estava o terceiro fragmento do Pergaminho do Tempo: um quase quadrado de pergaminho extremamente antigo, que ao mesmo tempo passava uma imagem magicamente conservada através dos milênios. Parecia conter a mesma escrita misteriosa das réplicas em tamanho grande gravadas no subsolo da mansão de Balzary e no Egito.
    - Finalmente... disse Lara, estendendo a mão e pegando cuidadosamente o pergaminho. Colocou-o na mochila – Vamos embora.
    E então, como Lara já previa, o esqueleto do sacerdote ergueu-se, com as cavidades dos olhos com um brilho amarelado.
    - Estava fácil demais... disse Lara. Rapidamente, sacou suas pistolas, virou-se, e começou a atirar.
    O sacerdote, porém, desmontava-se e montava-se de novo, como blocos de montar automatizados. Ele também materializava facões, e atirava-os contra Lara, que continuava a pular e desviar. Quando Lara começou a sentir os primeiros cortes queimarem sobre sua pele, decidiu mudar de tática: puxou uma shotgun e começou a atirar. No começo, parecia funcionar: os tiros retardavam o sacerdote, mas mesmo os ossos tendo virado pó, eles ainda se reconstituíam.
    De repente, Lara teve uma idéia: fez o sacerdote ficar de costas para a piscina de onde ela viera. Depois, com muito esforço, aproximou-se o quanto pode do sacerdote, e colou uma granada adesiva no esqueleto; Daí, rapidamente afastou-se e atirou com a shotgun. O esqueleto voou para a água e explodiu em mil pedacinhos. E dessa vez, pelo que parecia, para sempre. Ou pelo menos por tempo o suficiente para Lara fugir.
    Tudo começou a tremer - a caverna começara a desabar. Do chão, das paredes e do teto, começaram a se materializarem soldados-caveira para lutar contra Lara, cercando-a. Ela trocou sua shotgun pela suas UZIs e, usando várias granadas, limpou o caminho até a piscina. Pulou nela. A armadilha voltou a funcionar, mas Lara estava tão acelerada que não era mais problema. Nadou rapidamente e voltou à gruta principal.
    - Lara, como você vai sair daí? Perguntou Alister.
    - Tenho que encontrar um jeito de chegar à passagem lá em cima, mas não é seguro escalar. Principalmente com a caverna desmoronando.
    Lara procurou rapidamente por alguma solução dentro da caverna que estava vindo abaixo. Ela observou no chão, ao redor da piscina, a espécie de trilho aparentemente disforme. Depois, procurou pelas paredes as várias tochas e notou, ao lado de uma delas, uma alavanca. Com um flare, Lara acendeu todas as tochas e puxou a alavanca.
    Progressivamente, todo o trilho em torno da piscina entrou em chamas, cercando Lara. As pedras continuavam a despencar, aumentando a passagem no teto, e soterrando quem ou o que estivesse embaixo. Um ruído muito forte veio de dentro da piscina, seguido de muitas bolhas. Então, um pilar de pedra se ergueu de dentro da água, em direção à passagem no teto: Lara ativara uma espécie de elevador. Ela agarrou-se nele e só se preocupou em desviar das pedras que caiam. Quando estava quase no topo, olhou para baixo. Os trilhos em chama queimavam num formato irregular, mas ao mesmo tempo, familiar.
    - Parece... começou Alister.
    - ...a ilha de Madagascar! Concluiu Lara – Zip, rápido, pegue uma imagem disso. É nosso próximo provável destino.
    - Já peguei Lara.
    O elevador chegou ao topo, e Lara escalou as pedras para fora da caverna. Foi só quando chegou lá fora que reparou que o belo dia tinha ficado pesadamente nublado. Raios e relâmpagos eram visíveis nas nuvens no horizonte e acima de sua cabeça. Em questão de instantes, a tempestade começou a cair.
    - Tenho que voltar ao jato – disse Lara.
    A tempestade intensificou-se e ficou mais medonha ainda com os fortes raios e quase ensurdecedores trovões. Com muito esforço e dificuldade com a tempestade, Lara encontrou um caminho entre as pedras, onde ela não precisaria descer tudo que havia escalado, porém, teria que ir com cuidado. Cerca de meia hora depois, Lara chegou ao seu jatinho pousado num campo próximo à praia. Constanza, o piloto, estava ao lado com uma expressão apavorada.
    - A tempestade começou do nada... A senhorita não chegava, eu achei que..
    - Podemos voar com esse tempo? – interrompeu Lara.
    - Seria arriscadíssimo. Mas vamos, temos que voltar logo à mansão. Pode ser que um tornado esteja vindo...
    - Não, não vamos para a mansão.
    - Como assim, Srta. Croft?
    - Antes, eu tenho que acertar as contas com James Rutland.


    FIM DA PARTE 2: "THE LAND DOWN UNDER".

      Data/hora atual: Seg 29 Abr 2024, 05:00